Migração de empréstimos mais caros para o Crédito do Trabalhador é responsável por diferença com taxas históricas
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- 18 de junho de 2025
Levantamento realizado pela Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda com dados das 49 instituições financeiras que atuam no Programa Crédito do Trabalhador mostra que a taxa média das operações das instituições que já atuavam de forma relevante na modalidade de crédito consignado do setor privado foi de 2,76% a.m. em 12 de junho, valor abaixo das taxas de juros médias da modalidade apresentadas pelo Banco Central do Brasil nos meses anteriores à publicação da MP (2,9% a.m.).
Os bancos públicos ofertaram operações de Crédito do Trabalhador a uma taxa de juros média de 2,72% a.m., e os bancos de grande porte, que representam aproximadamente 46% do total de crédito concedido no programa, apresentaram uma taxa média de 2,75% a.m.
Já as instituições que aderiram à modalidade de consignado privado apenas com o Programa Crédito do Trabalhador apresentaram taxas mais elevadas, com média de 4,39% a.m. Em geral, são instituições representadas por financeiras e bancos de menor porte, com perfil histórico de atuação em modalidade de empréstimo pessoal sem garantia para clientes com maior perfil de risco de crédito, a taxas de juros mais elevadas.
A taxa média dessas instituições novatas na modalidade de consignação em folha salarial é substancialmente inferior às taxas médias das demais operações de empréstimo pessoal sem garantia, com valores superiores a 6% a.m. e podendo chegar à faixa dos 15% a.m.
Os resultados confirmam as expectativas de que o Programa Crédito do Trabalhador promoveria a maior inclusão financeira e democratização do crédito com a ampliação do acesso dos trabalhadores à modalidade de consignação em folha salarial, permitindo que os trabalhadores substituíssem suas operações de empréstimo pessoal, cheque especial e parcelamento do cartão de crédito por operações de crédito a taxas de juros mais baratas.
A ampliação de acesso ao crédito pode ser observada com o aumento no volume de concessão do crédito em 3,5 vezes o valor médio de concessões dos 12 meses anteriores ao início do Programa. Anteriormente à publicação da MP, a média mensal de contratações era de R$ 1,6 bi, que passou para R$ 5,6 bilhões em abril de 2025.
Esses resultados estão em linha com estudos recentes que indicam que 35% dos contratos do Crédito do Trabalhador foram feitos com instituições consignatárias que não tinham convênios com empregadores no modelo anterior.
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