Preocupação de PMEs com corrupção sobe

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Postado por Comunicação CRCPE
07/03/2017

A preocupação com a transparência e com os riscos relacionados à corrupção aumentou entre os pequenos e médios empresários, mostra uma pesquisa da Zurich.

Para especialistas, esse cenário é positivo no sentido de trazer mais qualidade para a produção de riqueza ao País. Isto é, a possibilidade de um crescimento econômico mais sustentável, quando este for retomado no Brasil.

“Está ocorrendo um resgate ético nas empresas e isso é efeito da Operação Lava Jato da Polícia Federal. Os conceitos estão mudando e isso é positivo para a qualidade dos negócios”, entende o professor de finanças do Ibmec e da Fundação Dom Cabral (FDC), Gilberto Braga.

Segundo a Pesquisa Global Zurich – realizada em 13 países, incluindo o Brasil, e com cerca de 2,6 mil pequenos e médios empresários consultados -, cresceu a preocupação das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras com a transparência da imagem e os eventuais riscos que a corrupção pode acarretar aos seus negócios.

Os dados apontam que 15% dos entrevistados responderam que a corrupção é um dos principais riscos para suas empresas nos próximos meses, levando o Brasil ao topo deste ranking.

Ainda que “Corrupção” seja o sexto risco apontado pelo empresariado brasileiro na pesquisa – atrás de falta de demanda do consumidor, alta competitividade, incêndio, problemas relacionados a transportes e roubo -, quando observados os números dos levantamentos anteriores, nota-se uma clara tendência de crescimento desta preocupação. Na pesquisa anterior, 13,5% dos entrevistados apontavam o tema como um dos riscos. Em 2014, eram 10,5% e, em 2013, apenas 7,2%.

Na média dos 13 países pesquisados, essa ainda é a 12ª preocupação. Em contrapartida, esta preocupação de 8% em 2013 para 14% em 2016.

Gilberto Braga explica que a maior atenção entre as PMEs com a transparência é mais um “efeito cascata”, uma imposição do mercado como um todo. “As pequenas empresas que oferecem produtos ou serviços para as grandes estão sendo obrigadas, por essas companhias maiores, a oferecer contratos e serviços de acordo com os códigos de ética. E é uma imposição e não modismo. Se quiserem atuar, precisam se adaptar, o que é algo positivo [para a qualidade dos negócios]”, explica o professor, ao se referir que os efeitos para a economia são mais de longo prazo.

Planejamento

De fato, com a preocupação sobre a imagem da empresa, o movimento de compliance (implementação de programas e políticas corporativas relacionadas a controles internos e integridade) já aplicado em grandes companhias, tanto no Brasil, quanto no mundo, ganha força entre os negócios de menor porte.

Segundo a Zurich, a promulgação da Lei nº 12.846/2013, também conhecida como “Lei Anticorrupção” ou “Lei da Empresa Limpa”, foi importante para o combate a práticas ilícitas, ao prever a responsabilidade objetiva de empresas pela prática de atos lesivos contra a administração pública nacional ou estrangeira.

As pequenas e médias empresas do País também passaram a enxergar no compliance uma oportunidade de se organizar em relação a prevenção de fraudes, segurança de informações, continuidade de negócios e lavagem de dinheiro.

Para Fernando Saccon, Head de Linhas Financeiras da Zurich, as PMEs perceberam que, além de contribuir para o gerenciamento interno, o compliance pode ser vantajoso para seus negócios ao indicar para seus clientes que a empresa está comprometida em atuar de forma transparente perante o mercado e sociedade. “Independentemente do tamanho da empresa, existem muitas regras e legislações a serem seguidas, como as das áreas contábil, tributária e TI, por exemplo”, explica.

O especialista da Zurich também comenta que, quanto menor a empresa, maior a dificuldade de implementação de normas e procedimentos.

Fonte: DCI

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