Alta restituição do Imposto de Renda possibilita investimentos
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Postado por Comunicação CRCPE
04/04/2017
Em 2016, 43% das pessoas que declararam Imposto de Renda receberam até R$500 em restituição, segundo dados da Receita Federal. O número impressionante é um dos efeitos da falta de correção da tabela do IR pela inflação acumulada de 1996 até 2016 – ou seja, mais pessoas que deveriam estar isentas são obrigadas a declarar o IR.
Segundo estudo do Sindifisco Nacional, com a correção, apenas o contribuinte com renda tributável mensal superior a R$ 3.454,65 pagaria imposto. Hoje, quem tem renda a partir de R$ 1.903,98 já é obrigado a declarar.
Cláudio Damasceno, presidente do Sindifisco Nacional, explica que a diferença penaliza principalmente os contribuintes de mais baixa renda, que estariam na faixa de isenção mas são tributados à alíquota de 7,5%.
Diante desse cenário, realizar investimentos com a restituição se torna uma saída para deixar uma folga no orçamento.
O professor Alexandre Cabral, da Fundação Instituto de Administração (FIA), recomenda que quem não está precisando do dinheiro deixe para fazer a declaração no final do prazo (28 de abril) para receber a restituição mais para frente, com o valor corrigido pela taxa básica de juros (Selic).
“Se a restituição é pequena, vale enrolar, pois a pessoa ganha juros sem dedução do IR”, explica. Mas ele alerta que essa opção só vale para quem não tem dívidas.
Se o valor restituído for de até R$ 5 mil, Cabral indica o Tesouro Direto. “Se ficar 2 dias já rende mais que a poupança”, diz. O Tesouro é um investimento de renda fixa – nele, a pessoa compra um título público do governo federal para, no futuro, receber de volta esse valor corrigido com juros proporcionais ao período. A aplicação mínima é de R$30.
Para quem vai restituir até R$500, Cabral indica aplicar no Tesouro Selic, que rende ao investidor o juro básico. Vitor Hernandes, do site Jornada do Dinheiro, explica que o Tesouro Selic é o mais indicado para fazer uma reserva de emergência, por ter muita liquidez – com ele, o investidor não corre risco de perder dinheiro caso resgate o valor antes do prazo.
O Certificado de Depósito Bancário (CDB) e a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), que são títulos privados, são indicados por Hernandes para aplicações a partir de R$5.000, já que esse é o valor inicial mínimo exigido por alguns bancos.
Diversificação
Quem for restituir valores maiores pode diversificar mais os investimentos. As ações são indicadas a partir de R$10.000, porque ao investir em renda variável com pouco, o potencial de ganho não justifica o risco. “Quem investir R$500 e tiver lucro de 100% vai ficar com apenas R$ 1.000, o que basicamente não mudou sua vida”, exemplifica. Hernandes também indica o fundo imobiliário para quem quer ter uma renda mensal.
As Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são indicadas para quem quer resgatar em pelo menos dois anos, pois costumam render mais pela isenção do imposto de renda. Os aportes iniciais, no entanto, são maiores.
No médio e longo prazo, uma boa opção é o Tesouro IPCA, que paga um juro fixo mais variação do IPCA. Quem optar por esse título deve tomar cuidado para resgatar somente na data de vencimento, para não ter risco de resgatar um valor menor, já que a rentabilidade varia.
Ainda no longo prazo, ações e fundos imobiliários também são indicados, porque possibilitam uma valorização mais significativa num horizonte de tempo maior. No caso da renda variável, podem até distribuir rendimentos periodicamente, como se fosse um salário.
Fonte: IG
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