Chefes de família sofrem mais com o desemprego no país

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Postado por Comunicação CRCPE
19/08/2016

Rio de Janeiro. A taxa de desocupação das pessoas entre 40 e 59 anos aumentou 43,2%, o equivalente a 1,9 ponto percentual (pp), entre o segundo trimestre de 2015 e o segundo trimestre de 2016. Essa alta pode ajudar a explicar o crescimento do desemprego também em grupos de faixas etárias diferentes. A análise foi feita pelo coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, durante a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), ontem.

Segundo a explicação de Azeredo, o grupo de pessoas entre 40 e 59 anos abriga chefes de famílias que, ao perderem o emprego, impulsionam outros membros da família a buscarem trabalho, o que “engrossa” a estatística. “Quando o pai perde o emprego, ele carrega parte dessa família para a taxa de desocupação”, afirma. Simultaneamente, a taxa de desocupação entre pessoas de 14 a 17 anos cresceu 58,6% (14,3 pp) na comparação anual, o que pode exemplificar essa relação. Com o pai desempregado, o filho adolescente se vê forçado a procurar emprego. Até então, ele não aparecia na taxa; agora, conta como desempregado.

Entre jovens de 18 a 24 anos, a taxa aumentou 31,7% (5,9 pp). A alta pode estar associada às dificuldades dos jovens e recém-formados de entrarem no mercado de trabalho. “Essa população tem dificuldade de se inserir por barreiras como falta de experiência, de qualificação, de informação. Em um momento recessivo, os primeiros a serem preteridos são os jovens. Vai se priorizar os mais qualificados e experientes”, afirma Azeredo.

O grupo de pessoas entre 25 e 39 anos registrou aumento de 31,6% (2,5 pp) na comparação anual, enquanto o grupo de pessoas com 60 anos ou mais teve alta de 15,4% (0,4 pp).

Mulheres. Entre os desempregados no país no segundo trimestre, as mulheres eram mais da metade do total, segundo dados da Pnad Contínua divulgados nesta ontem pelo IBGE. De abril a junho, elas representavam 50,9% dos desocupados no Brasil. Só no Nordeste o percentual de mulheres na população desocupada (48,4%) foi inferior ao de homens. Entre a população ocupada, o Sudeste é a região com maior participação feminina (44%).

A taxa de desemprego geral do país, divulgada pelo IBGE no fim de julho, ficou em 11,3% no trimestre encerrado em junho. É a maior já registrada pela série histórica da Pnad.

Por faixa etária:

De 14 a 17 anos de idade: são 9,5% das pessoas desocupadas
De 18 a 24 anos: 32,5%
De 25 a 39 anos: 35%

Por escolaridade:

52% das pessoas desocupadas tinham concluído pelo menos o ensino médio
25% não tinham concluído o ensino fundamental
8,9% tinham nível superior completo

Crescimento

A população desocupada cresceu 38,7% em relação ao segundo trimestre de 2015, e chegou a 11,6 milhões de pessoas.

Fonte: O Tempo

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