Receita da inflação envolve salários indexados e subsídios ao crédito

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Postado por Comunicação CRCPE
12/02/2016

No final do ano passado, quando o Banco Central ainda alimentava a percepção do mercado de que não hesitaria em elevar a taxa de juros para tentar conter o aumento da inflação, um dos diretores da instituição disse, em tom informal, que a melhor receita para sustentar os preços em patamar elevado é adotar a indexação dos salários. Numa conversa descontraída com os jornalistas, ele se referia ao fato de que, nos Estados Unidos, a inflação se mantinha abaixo da meta estabelecida pelo Federal Reserve (Fed).

Para completar a receita infalível destinada a aumentar a inflação, que poderia ser oferecida aos norte-americanos com garantia de sucesso, bastaria acrescentar a duplicidade de taxas básicas de juros com que convive a economia brasileira. De um lado, encontra-se a Selic, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e que alcança hoje 14,25% ao ano. De outro, a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que foi estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 7,5% ao ano, no período de janeiro a março.

A diferença entre essas duas taxas representa a margem de subsídios nas operações de crédito realizadas pelo BNDES, que se baseiam principalmente na TJLP. A concessão de subsídios nesses financiamentos ocorre pela diferença de custo entre a captação e a aplicação dos recursos. O resultado é o aumento da dívida pública, o que impacta de alguma maneira todos os contribuintes brasileiros. O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, no curto tempo em que esteve no cargo, reduziu o desnível entre as duas taxas, mas não o suficiente para unificá-las, como defendem vários economistas. 

O especialista do Banco Central procurava chamar atenção para as consequências dessa dualidade na condução da política monetária no Brasil. O alcance reduzido da Selic deixa de fora uma parte relevante do mercado de crédito e restringe os efeitos esperados no controle da inflação, mesmo quando se pratica taxas exacerbadamente altas, como hoje. A combinação dessa realidade com a prática da indexação dos salários seria a chave, na avaliação dessa fonte, para explicar as dificuldades de se conter a inflação no Brasil em meio a um período recessivo prolongado e agudo. 

A política de subsídios ao crédito foi levada a níveis mais extremos no período do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff e contribuiu diretamente para o profundo desequilíbrio fiscal em que o país se enredou, sem que se vislumbre uma saída efetiva no curto prazo. Entre tantos números que comprovam esse quadro, é possível destacar o crescimento recorde de 24,8% na dívida pública consolidada no ano passado em comparação aos dados de 2014. O debate sobre a oportunidade e as consequências dos subsídios disseminados no país ainda está por ser travado com a urgência que o tema merece.

Fonte: G1

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Silvio Meira

É engenheiro eletrônico (ITA), mestre e doutor em Ciência da Computação. Professor Emérito do CIn-UFPE, foi peça-chave na criação do doutorado em computação da instituição e na formação de mais de 1400 pós-graduados. Fundador do CESAR e do Porto Digital, atua como presidente do conselho de administração do parque tecnológico. À frente da TDS Company, promove inovação e transformação digital em negócios. Reconhecido entre os 20 nomes mais influentes do Brasil em inovação pelo Prêmio iBest 2023.

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Eduardo Amorim

Contador, Especialista em Direito Tributário pela UFPE, Mestre em Gestão Pública pela UFPE; Auditor Fiscal do Estado de Pernambuco; Perito Contador do TATE; Professor Universitário; Vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPE; membro da Academia Pernambucana de Contabilidade.

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Ana Luiza Leite

Julgadora Tributário do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco/TATE, Mestranda em Estado e Regulação pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE, Pós-graduada em Direito Administrativo pela Universidade Anhaguera (UNIDERPI), Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE.

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Fabio Lima

Graduado em Ciências Contábeis, Direito e Administração de Empresas. Trabalhou na PricewaterhouseCoopers Brasil Auditores Independentes entre 1997 e 2004. Atualmente sócio do escritório Ivo Barboza & Advogados, Vice Presidente de Fiscalização e Ética e Disciplina do CRC/PE e Diretor Jurídico do SESCAP.

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Graduado em Ciências Contábeis, Direito, e em Teologia. Pós-graduado em Administração Financeira e em Direito Tributário. É vogal titular da Junta Comercial de Pernambuco (2023-2026). Sócio administrador da empresa RN2 Contabilidade, atuando como consultor de empresas nas áreas contábil, tributária, financeira, trabalhista e de gestão empresarial, bem como perito contábil e assistente técnico em perícias judiciais e extrajudiciais. Atualmente é presidente do Conselho Regional de Contabilidade em Pernambuco.

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Poeta, professor, escritor e repentista pernambucano que combina arte, educação e tradição oral em sua obra. Com sólida atuação em sala de aula, ele inspira alunos e público ao valorizar a cultura regional por meio da poesia improvisada, repentismo e textos autorais. Sua escrita reflete a riqueza do sertão, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o saber popular em múltiplas frentes. Executa ações de planejamento, gestão e operacionalidade de projetos educacionais e sociais por meio do desenvolvimento de ideias e incremento do uso de tecnologias de aprendizado.

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Graduação em Ciências Contábeis na FBV; Mestrado em Ciências Contábeis na UFPE; Doutoranda da FUCAPE; Professora da Pós-Graduação da BSSP; Instrutora do Conselho Regional de Contabilidade e SESCAP; Sócia de Escritório de Contabilidade NUMA - Soluções Contábeis Ltda; Sócia da Empresa Manu de Paula – Auditoria e terceirizações.

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Auditora Fiscal da Receita Federal de 06/93 a 11/24. Membro Comissão Reforma Tributária do CFC. Coordenadora da Comissão da Mulher CRCRN. Coordenadora de MBA Recuperação de Créditos e Revisão Tributária e Co-coordenadora da Especialização em Reforma Tributária da BSSP Pós Graduação. Sócia da BSSP Consulting. Diretora Acadêmica da Faculdade de Gestão BSSP.

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Nascido em Londrina, no estado do Paraná no Brasil, filósofo e escritor, com Mestrado e Doutorado em Educação, professor-titular aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na qual atuou por 35 anos, com docência e pesquisa na Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião; é professor convidado da Fundação Dom Cabral e foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo. Comentarista de rádio e televisão, tem presença expressiva nas redes sociais, com mais de 24 milhões de seguidores, é autor de 54 livros com edições no Brasil e no exterior.

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Mariane Bigio

É uma entusiasta da palavra. Nasceu pernambucana do Recife, e se tornou Escritora, Contadora de Histórias, Cantora, Compositora e Radialista. Ministra Oficinas de Literatura para crianças, jovens e educadores. Celebra casamentos com poesia e apresenta eventos corporativos e festivais de arte como MC.

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