Mercado reduz projeção para inflação e piora a do PIB em 2016

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Postado por Comunicação CRCPE
15/03/2016

De acordo com o Focus, a mediana das projeções para o IPCA em 2016 caiu de 7,59% para 7,46%. Há três semanas, a estimativa para a inflação oficial do país recuou um pouco, voltou a subir na semana seguinte, para agora cair de novo.

Em fevereiro, o IPCA avançou 0,9%, taxa que ficou abaixo do 0,98% esperado pelos analistas, e também abaixo da inflação de 1,27% de janeiro. Parte dessa desaceleração foi resultado de repasses mais contidos em preços de serviços tradicionais, como no segmento educacional. Para alguns economistas, a recessão econômica já aparece no IPCA, índice que deve ver uma temporada de taxas mais baixas à frente.

O setor de serviços no geral, mais resiliente à inflação, mostrou sinais adicionais de enfraquecimento ao registrar queda de 5% do volume em janeiro e de 3,7% em 12 meses, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo IBGE na semana passada. O ajuste na demanda pelos serviços, porém, segue menos intenso que o enfrentado pelo varejo — captado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC). O comércio restrito recuou 1,5% em janeiro e o ampliado, que inclui automóveis e material de construção, caiu 1,6%, afastando a ideia de que o setor possa estar próximo ao fundo do poço, como sugerido na indústria.

No Focus, os analistas também reduziram as expectativas para outra variável que influencia a inflação: o câmbio. Eles veem um real menos depreciado ao fim deste ano ­ R$ 4,25, de R$ 4,30 antes ­ e em dezembro de 2017 ­ R$ 4,34, de uma estimativa anterior de R$ 4,40.

Também divulgada na semana passada ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve a Selic inalterada indicou, segundo analistas, que o BC pode cortar os juros ainda em 2016. O documento apontou que a inflação corrente e as projeções seguem elevadas e acima da meta, mas sinalizou que a grande ociosidade da economia contribuirá para reduzir a inflação no futuro.

A despeito disso, o Focus continua a mostrar a expectativa de que a Selic permaneça em 14,25% até o fim deste ano, para depois ser reduzida a 12,50% até dezembro de 2017. A expectativa de IPCA para o ano que vem também seguiu a mesma, 6%.

Entre os analistas Top 5 que mais acertam as previsões no médio prazo, a expectativa para o IPCA deste ano caiu de 7,95% para 7,69%, enquanto a projeção para 2017 seguiu em 6,50%. As projeções para a Selic seguiram em 14% para o fim deste ano e de 12,25% para o fim do próximo.

Atividade

A projeção para o PIB apurada no Focus caiu de uma retração de 3,50% para 3,54% neste ano, mas a estimativa para 2017 seguiu inalterada, em crescimento de 0,50%.

A estimativa para a produção industrial, por outro lado, teve uma melhora relativa, saindo de queda de 4,50% para recuo de 4,45% neste ano. A projeção para 2017 cedeu, de aumento de 0,57% para avanço de 0,50%.

Fonte: Valor

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