Maioria das pequenas e médias irá congelar empregos neste trimestre

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Postado por Comunicação CRCPE
07/04/2017

Maioria das pequenas e médias irá congelar empregos neste trimestre – Fenacon

A maioria das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras parou de demitir e pretende congelar vagas neste segundo trimestre, mostra a abertura dos dados do Índice de Confiança do Pequeno e Médio Empresário (IC-PMN).

Elaborada pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper, com apoio do banco Santander, a pesquisa aponta que 59,37% das PMEs irão congelar postos de trabalho durante o segundo trimestre de 2017, ou seja, não irão demitir e nem contratar.

Já um percentual de 20,87% tem planos de empregar funcionários efetivos, enquanto 8,25% das empresas devem demitir. Por fim, 7,54% das PMEs têm a intenção de contratar apenas estagiários, enquanto 3,97% pretendem empregar efetivos e estagiários ao mesmo tempo.

“Olhando o quadro geral dos números, é possível afirmar que a maioria das pequenas e médias empresas está em um estágio no qual não precisam mais nem demitir e nem contratar. Elas estão em um ponto neutro, mas, ao mesmo tempo, saindo dele e caminhando para a contratação, já que cerca de 21% delas têm planos de admitir efetivos no segundo trimestre”, analisa o professor do Insper, Gino Olivares, responsável pela pesquisa.

“O processo de retração do mercado de trabalho está próximo do fim”, pontua ele. Olivares comenta que a liberação da terceirização para as atividades fim tem potencial para acelerar o nível de contratações no Brasil. “Com esta medida, as empresas podem passar a contratar um terceirizado para exercer uma atividade de um cargo efetivo”, afirma.

Ele esclarece que o indicador do Insper referente ao segundo trimestre de 2017 não captou a aprovação da terceirização, mas que esta pode impactar os próximos números. “Se não fosse aprovada a terceirização, talvez os empresários demorassem mais para começar a contratar, devido ao custo alto que este processo exige”, assinala Olivares.

“Mesmo observando alguma reação na demanda, eles iriam pensar três, quatro vezes antes de admitir novos funcionários, por conta do receio de ocorrer alguma frustração no processo retomada da economia”, acrescenta. Por outro lado, Olivares argumenta que a recente liberação da terceirização das atividades fim pode antecipar o ciclo de contratações, na medida em que flexibilize os contratos de trabalho.

Indústria

A pesquisa do Insper mostrou ainda que, na comparação entre os setores, a indústria é o segmento com mais intenção de contratar efetivos neste trimestre. Segundo o índice, 22,60% das PMEs industriais pretendem admitir mão de obra efetiva, enquanto nos serviços e comércio, essa incidência é de 22,07% e de 19,67%, respectivamente.

“A indústria foi o primeiro setor a ser impactado pela crise e será o primeiro a sair dela. O segmento já passou por um ajuste muito forte e começa, agora, a enxergar demanda para voltar a produzir”, afirma, detalhando que a produção industrial voltada para a exportação é um destaque neste cenário. “As exportadoras têm obtido um desempenho bom.”

A produção da indústria automotiva, por exemplo, teve uma leve recuperação em fevereiro deste ano, justamente por conta das vendas externas que cresceram 82% no mês, ante fevereiro de 2016, para 66.268 unidades. Por outro lado, a capacidade ociosa desta indústria ainda é alta (50%).

No geral, o Índice de Confiança do Pequeno e Médio Empresário (IC-PMN) avançou de 3,04% no segundo trimestre deste ano, registrando 65,06 pontos. O otimismo das PMEs cresceu em relação ao ramo de atuação, com alta de 3,8% e total de 68,35 pontos; faturamento, com 70,34 pontos (+3,5%); lucro, com 69,01 pontos (3,1%) e investimento, com 61,19 pontos (1,2%).

Para Olivares, o processo de queda da inflação e a perspectiva de cortes na taxa básica de juros (Selic) estão contribuindo para a retomada da confiança. “Estou confiante de que esse afrouxamento monetário impacte de forma mais concreta a economia a partir do segundo semestre”, finaliza.

Fonte: Fenacon

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