Empresas de serviços crescem de mãos dadas com startups

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Postado por Comunicação CRCPE
07/07/2016


O número de startups no Brasil cresceu 30% no último ano, de acordo com a Associação Brasileira de Startups (ABStartups). São Paulo é o estado onde elas mais proliferam –são, no total, 1.295 empresas desse tipo, 37,6% a mais que em 2014.

O país ainda está engatinhando na criação dessas empresas: só o Vale do Silício, região da Califórnia nos Estados Unidos, abriga 24 mil startups.

Mesmo com os números brasileiros ainda tímidos, elas já movimentam seus respectivos mercados. O surgimento dessas novas empresas abre novo campo para uma série de prestadores de serviço.

De olho nessa oportunidade, empresas de contabilidade, tecnologia e marketing, que navegam em torno das startups, estão se dando muito bem ao se especializar em atender um novo nicho dos negócios.

CONTABILIDADE

A Syhus, escritório de contabilidade especializado em startups, foi fundado em 2013. A ideia surgiu quando os sócios perceberam que existia uma lacuna no mercado: grande parte das empresas atendem ao público em geral. Por isso não existiam profissionais especializados em atender empresas iniciantes.

“Muitos escritórios convencionais não entendem o modelo de negócio desse tipo de cliente”, afirma Cristiano Freitas, sócio-fundador da Syhus. “A maioria dos contabilistas acaba enquadrando as startups nas regras gerais, o que gera mais gastos tributários”. O plano de atender exclusivamente startups parecia arriscado: era um segmento específico que tinha um número ainda limitado de empresas.

Em junho de 2013, os sócios – Cristiano, Deise Freitas e Leonardo Mancini – decidiram apostar nessa ideia e fundaram o escritório. Eles optaram por se instalar nos arredores da Universidade estadual de Campinas (Unicamp), um dos pólos de surgimento de novos negócios.

No primeiro ano, serviram a mais de 180 empresas. Hoje, já ultrapassam 320 – 95% delas são startups. De acordo com Freitas, uma das dificuldades de trabalhar com o segmento é que, por serem inovadoras, as empresas não encontram respaldo na legislação. “Como temos conhecimentos específicos sobre esse nicho, realizamos um melhor enquadramento dessas startups”, diz Freitas. “Algumas empresas economizam até R$ 200 mil por ano em tributos.”

Os resultados também surgiram dentro do escritório: o faturamento da Syhus saltou de R$ 289 mil em 2014, para R$ 807 mil no ano passado. E mesmo em um ano de crise, a expectativa é de crescimento de 116% neste ano.

TECNOLOGIA

A Watermelon Tecnologia, especializada em desenvolvimento de softwares, também enxergou uma boa oportunidade nesse nicho. A percepção veio quando os sócios montaram sua própria startup e começaram a conviver com outros empreendedores.

Eles constataram que muitos empresários tinham dificuldade para dar os primeiros passos. “Percebemos que era uma área deficitária. Muitas pessoas tinham boas ideias, mas não tinham formação técnica para concretizá-las”, afirma Pedro Leite, sócio da Watermelon.

Em 2013, a Watermelon foi fundada para preencher essa demanda . Diferente de outras empresas do setor, não cobra por horas de desenvolvimento. O modelo de negócio foi desenvolvido especificamente para atender as startups, que possuem verbas limitadas. Por isso, a Watermelon cobra um preço fixo e uma participação na empresa.

“Os grandes desenvolvedores costumam ser muitos caros para as startups. Oferecemos um produto de qualidade em troca de participação nesses negócios”, diz Leite. Para não correr grandes risco, a equipe da Watermelon avalia cada negócio, antes de fechar qualquer acordo. Para tanto, realiza uma análise técnica que leva em consideração o custo da operação da startup, o potencial do negócio e a capacidade de crescimento.

A empresa atua em três cidades: São Paulo, Campinas e São Francisco, na Califórnia.

MARKETING

Patrice Lamiral e seu sócio Bruno Oyama trabalharam com marketing de grandes empresas em diferentes setores -entre elas, Coca-cola, Johnson & Johnson e Ford. Em janeiro de 2015, a dupla decidiu empreender e abriu a Skuäd para prestar esse serviço. Eles também decidiram se especializar no atendimento de empresas em estágio inicial.

“Percebi que as startups não investiam em marketing, muitas só se preocupavam com esse setor quando elas começavam a dar certo”, afirma Lamiral. “Só que muitas delas não iam para frente, justamente por falta de uma estratégia de comunicação.”

Para acabar com esse dilema, Lamiral e Oyama criaram um modelo de negócio sob medida. Para atender às necessidades das startups com orçamentos enxutos, a remuneração é composta por um fixo mais um valor que depende dos resultados obtidos. “O sucesso deles é o nosso também”, afirma Lamiral.

Uma das primeiras empresas atendidas foi a Qipu – aplicativo para microempreendedores individuais, desenvolvido por Romero Rodrigues, fundador do Buscapé. Outro cliente é aLavadeira.com, startup que oferece serviços de lavanderia por assinatura – com a ajuda da Skuäd na estratégia de marketing e vendas, a empresa cresceu 300% em seis meses.

“A principal diferença ao trabalhar com startups é que elas querem resultados rápidos e estão mais dispostas a testar, errar e substituir rapidamente algo que não esteja dando certo”, afirma Lamiral. A expectativa da Skuäd é duplicar de tamanho em 2016 e manter esse crescimento nos próximos meses, apenas atendendo startups.

Fonte: Diário do Comércio

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