Empreendedorismo aumenta no país, mas reflexos no PIB só virão em 2019

Home / Notícias

Postado por Comunicação CRCPE
12/07/2016

São Paulo – Apesar dos recordes no volume de novos negócios, a participação do empreendedorismo no PIB do País só terá resultados significativos no final desta década. A perspectiva de abandono do negócio ante possível arrefecimento da crise é obstáculo para o setor.

A quantidade de novas empresas no País não para de crescer desde o começo do ano. Segundo dados da Serasa Experian, até abril, nasceram 674.975 companhias, uma alta de 4% em relação a igual período do ano passado (648.488) e o maior volume registrado na série histórica, que começou em 2010.

De acordo com especialistas ouvidos pelo DCI, apesar desse crescimento já ser algo esperado em momentos de crise, a participação desses novos negócios no Produto Interno Bruto (PIB) do País ainda depende não só da durabilidade dessas empresas, mas do engajamento do próprio empreendedor.

Para Luiz Rabi, economista da Serasa, o impacto desse segmento na economia é, ainda, a de “evitar uma maior queda do PIB”.

“Mesmo com a maior participação desses micronegócios na economia, o PIB ainda está em retração porque toda a atividade econômica cai. É um deslocamento de horas de trabalho de um setor mais produtivo para um menos produtivo, o que acaba gerando uma perspectiva de que, assim que a economia voltar a crescer, haverá uma migração desses empreendedores para o mercado de trabalho, onde não só a remuneração é melhor, mas também há benefícios”, explicou o especialista.

No entanto, assim como o nascimento de empresas cresce desde 2012, com alta de 5,3% em 2015 com relação a 2014 (de 1,86 bilhões para 1,96 bilhões), a participação do PIB também acompanha esse aumento. Segundo os últimos dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), esse segmento tem 27% de atuação no PIB desde 2011.

O professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo, da Fundação Getulio Vargas (EAESP/FGV), Marcelo Aidar, afirma que, apesar do aumento de parcela na economia ativa “não necessariamente ser um bom sinal” -, uma vez que também representa “redução das grandes empresas” -, há um cenário otimista para o segmento.

Em relação ao cenário macro do País e considerando o desenrolar político e econômico, a expectativa é que para a recuperação e a retomada da atividade brasileira comece a dar sinais em 2018, e concretize uma melhora em 2019.

“São os dois lados da moeda. De um lado, os empreendedores por necessidade que voltarão para o mercado de trabalho. Mas, por outro, há quem enxergue uma oportunidade real. A redução na participação do PIB pode acontecer mais pra frente, sim, mas não será drástica. Há a sensação de que não tem espaço para mais ninguém nessa crise, mas em médio e longo prazo, o efeito é positivo. É algo que, com paciência, o País consegue recolher os frutos dessa recessão”, identifica o professor da FGV.

Trajetória ascendente

Segundo os especialistas, a tendência é que o nascimento de novas empresas continue, uma vez que nessa situação, “o ambiente empreendedor se torna mais atraente”.

“A crise tem um aspecto de movimentar as pessoas, que, agora, buscam novas formas de gerar renda e veem no empreendimento próprio uma oportunidade para isso. O problema é que cada um vai ter que encontrar formas de ser mais eficientes, de apostar no melhor nicho mas, sem dúvida, é uma trajetória ascendente”, complementa Aidar.

Um estudo inédito da Endeavor, no entanto, demonstra que muitos empreendedores ainda encontram desafios no caminho e, dessa forma, encaram o futuro de seus negócios de forma diferente.

Entre os empreendedores de alto impacto e alta performance (que têm características de crescimento contínuo e diferencial competitivo), 84% e 52%, respectivamente, querem tornar suas empresas maiores. Nos empreendedores em geral, que por sua vez são a maior parcela dos quase mil entrevistados, 43% afirmam ter como objetivo a garantia de renda própria ao longo dos anos.

Nas maiores dificuldades votadas, 20% dos empreendedores em geral afirmam que os processos burocráticos são os maiores desafios, enquanto os de alta performance e impacto consideram a gestão de pessoas como principal obstáculo para a companhia.

“A grande diferença é o propósito. Quem tem propósito social e motivação se torna resiliente e menos provável de culpar outra coisa além do seu próprio negócio. Por conta da crise econômica, no entanto, há mais pessoas empreendendo por necessidade, como fuga para ter dinheiro. Esses ficam mais suscetíveis a culpar o ambiente externo e a voltar para o mercado de trabalho, eventualmente”, ressalta Pablo Ribeiro, diretor de pesquisa e mobilização da Endeavor.

O executivo ainda destaca a necessidade de projetos de liderança e adequação de mentores que, apesar de serem as maiores dificuldades dos empreendedores “ainda são as vertentes menos investidas por parte dessas empresas”.

Para Rabi, apesar de o crescimento dos novos negócios tender a estabilizar no ano que vem, ainda é possível considerar a participação dos empreendedores remanescentes na economia brasileira.

“Esse nascimento de empresas liderado pelos MEIs [Microempreendedores Individuais] deve continuar no segundo semestre. A partir do ano que vem, dependendo muito da questão política, talvez a gente comece a ver os resultados da crise”, conclui.

Fonte: DCI – SP

Últimas notícias
Imagem no topo

Silvio Meira

É engenheiro eletrônico (ITA), mestre e doutor em Ciência da Computação. Professor Emérito do CIn-UFPE, foi peça-chave na criação do doutorado em computação da instituição e na formação de mais de 1400 pós-graduados. Fundador do CESAR e do Porto Digital, atua como presidente do conselho de administração do parque tecnológico. À frente da TDS Company, promove inovação e transformação digital em negócios. Reconhecido entre os 20 nomes mais influentes do Brasil em inovação pelo Prêmio iBest 2023.

Isso vai fechar em 100 segundos

Eduardo Amorim

Contador, Especialista em Direito Tributário pela UFPE, Mestre em Gestão Pública pela UFPE; Auditor Fiscal do Estado de Pernambuco; Perito Contador do TATE; Professor Universitário; Vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPE; membro da Academia Pernambucana de Contabilidade.

Isso vai fechar em 100 segundos

Ana Luiza Leite

Julgadora Tributário do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco/TATE, Mestranda em Estado e Regulação pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE, Pós-graduada em Direito Administrativo pela Universidade Anhaguera (UNIDERPI), Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE.

Isso vai fechar em 100 segundos

Fabio Lima

Graduado em Ciências Contábeis, Direito e Administração de Empresas. Trabalhou na PricewaterhouseCoopers Brasil Auditores Independentes entre 1997 e 2004. Atualmente sócio do escritório Ivo Barboza & Advogados, Vice Presidente de Fiscalização e Ética e Disciplina do CRC/PE e Diretor Jurídico do SESCAP.

Isso vai fechar em 100 segundos

Roberto Nascimento

Graduado em Ciências Contábeis, Direito, e em Teologia. Pós-graduado em Administração Financeira e em Direito Tributário. É vogal titular da Junta Comercial de Pernambuco (2023-2026). Sócio administrador da empresa RN2 Contabilidade, atuando como consultor de empresas nas áreas contábil, tributária, financeira, trabalhista e de gestão empresarial, bem como perito contábil e assistente técnico em perícias judiciais e extrajudiciais. Atualmente é presidente do Conselho Regional de Contabilidade em Pernambuco.

Isso vai fechar em 100 segundos

Toinho Mendes

Poeta, professor, escritor e repentista pernambucano que combina arte, educação e tradição oral em sua obra. Com sólida atuação em sala de aula, ele inspira alunos e público ao valorizar a cultura regional por meio da poesia improvisada, repentismo e textos autorais. Sua escrita reflete a riqueza do sertão, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o saber popular em múltiplas frentes. Executa ações de planejamento, gestão e operacionalidade de projetos educacionais e sociais por meio do desenvolvimento de ideias e incremento do uso de tecnologias de aprendizado.

Isso vai fechar em 100 segundos

Emanuela de Paula

Graduação em Ciências Contábeis na FBV; Mestrado em Ciências Contábeis na UFPE; Doutoranda da FUCAPE; Professora da Pós-Graduação da BSSP; Instrutora do Conselho Regional de Contabilidade e SESCAP; Sócia de Escritório de Contabilidade NUMA - Soluções Contábeis Ltda; Sócia da Empresa Manu de Paula – Auditoria e terceirizações.

Isso vai fechar em 100 segundos

Lieda Amaral de Souza

Auditora Fiscal da Receita Federal de 06/93 a 11/24. Membro Comissão Reforma Tributária do CFC. Coordenadora da Comissão da Mulher CRCRN. Coordenadora de MBA Recuperação de Créditos e Revisão Tributária e Co-coordenadora da Especialização em Reforma Tributária da BSSP Pós Graduação. Sócia da BSSP Consulting. Diretora Acadêmica da Faculdade de Gestão BSSP.

Isso vai fechar em 100 segundos

João Eudes

Doutor em Ciências Contábeis pela FUCAPE, Mestre em Ciências Contábeis pela USP-SP, Pós-graduação lato senso em Contabilidade e Controladoria Governamental pela UFPE, graduação em Ciências Contábeis pela UFPE, graduação em Engenharia Mecânica pela UPE. Auditor de Controle Externo do TCE-PE, Professor Assistente da FUCAPE Business School - ES. Autor de artigos e livros de Contabilidade, Orçamento e Custos no Setor Público.

Isso vai fechar em 100 segundos

Joaquim Liberalquino

Contador e auditor tributário aposentado do Estado de Pernambuco. Mestre em Gestão para o Desenvolvimento do Nordeste, é professor assistente da UFPE, com especializações em Administração Financeira, Auditoria Pública e Gestão para o Desenvolvimento. Atua como consultor, perito e palestrante nas áreas de contabilidade pública e gestão fiscal, sendo reconhecido pela sólida contribuição ao fortalecimento das finanças públicas no Brasil.

Isso vai fechar em 100 segundos

Mario Sergio Cortella

Nascido em Londrina, no estado do Paraná no Brasil, filósofo e escritor, com Mestrado e Doutorado em Educação, professor-titular aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na qual atuou por 35 anos, com docência e pesquisa na Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião; é professor convidado da Fundação Dom Cabral e foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo. Comentarista de rádio e televisão, tem presença expressiva nas redes sociais, com mais de 24 milhões de seguidores, é autor de 54 livros com edições no Brasil e no exterior.

Isso vai fechar em 100 segundos

Mariane Bigio

É uma entusiasta da palavra. Nasceu pernambucana do Recife, e se tornou Escritora, Contadora de Histórias, Cantora, Compositora e Radialista. Ministra Oficinas de Literatura para crianças, jovens e educadores. Celebra casamentos com poesia e apresenta eventos corporativos e festivais de arte como MC.

Isso vai fechar em 100 segundos