Empreendedores reduzem o tamanho do negócio próprio para diminuir os custos

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Postado por Comunicação CRCPE
31/05/2016

Como estratégia de sobrevivência diante de um faturamento que vem minguando, empreendedores brasileiros assumem a condição do ‘faz tudo’ no negócio, que precisa se adequar a um porte menor do que aquele que deu origem ao CNPJ, uma espécie de identidade da empresa. Sinal dos novos tempos, para reduzir custos num cenário de forte retração das vendas, eles estão deixando de lado a estrutura que se tornou cara até mesmo para o micro negócio e passam a atuar como microempreendedores individuais, sistema de carga tributária bem menor, em que o faturamento enquadrado é baixo e a geração de emprego possível de apenas um funcionário. Na luta para manter as portas abertas, funções que antes eram divididas entre um grupo de profissionais passam a ser mais concentradas no dono ou em uma equipe mínima, política que Michael Martins, dono da WBTI, prestadora de serviços de tecnologia da informação, de Belo Horizonte traduz sem vacilar: “Minha empresa sou eu.”

De janeiro a abril deste ano, 26.185 micro e pequenas empresas mineiras procuraram a Receita Federal para mudar o regime de tributação e enxugaram sua estrutura optando pelo chamado MEI, ou Microempreendedor Individual. Comparada ao primeiro quadrimestre de 2015, a migração foi 38% maior.

Há dois anos, entre 2013 e 2014, em idêntico período de janeiro a abril, o movimento ficou praticamente estável, avançando 0,2%. De 2014 para 2015, houve queda de 3,9% do número de interessados em diminuir o porte do empreendimento. Este ano, no entanto, inverte o caminho natural de crescimento dos negócios, quando MEIs, após verificaram a ampliação do negócio, aderem ao sistema Simples, o que significa, sair de um faturamento de no mâximo R$ 60 mil por ano para até R$ 360 mil anuais.

“Transformar a condição do dono em microempreendedor individual tem sido uma alternativa de sobrevivência para as empresas”, afirma Mário Lúcio de Moura, vice-presidente de ética e disciplina do Conselho Regional de Contabilidade de Minas Gerais (CRC-MG). Segundo o contador, a crise econômica fez cair o volume de serviços, arrastando a receita das vendas. “Como não é possível operar dois modelos ao mesmo tempo, muitos clientes que eram microempresas estão fazendo a opção pelo MEI, o que reduz custos.”

Fazer o caminho inverso, diminuir de tamanho também é um passo possível permitido pela legislação e foi essa a alternativa encontrada por Michael Martins. Especialista em Tecnologia da Informação (TI) ele está à frente da WBTI, serviços de tecnologia, que está no mercado desde 2007 e até o ano passado era uma microempresa. Prestando serviços como o cabeamento de redes e manutenção de computadores. Michael chegou a ter sete empregados, mas, com a recessão, demitiu e, agora no sistema do MEI, assina a carteira apenas da secretária.

Michael atua, hoje, em todas as frentes da empresa e acompanha os processos de perto. Ele calcula que poderá voltar a aderir ao Simples só em 2019, quando acredita a economia terá retomado o ritmo de crescimento. “Considero o sistema tributário brasileiro injusto, a microempresa que fatura alto, paga tanto quanto aquela que está na menor faixa.” Michael considera que aderir ao MEI foi uma boa alternativa para sua empresa em tempos de recessão e permitiu a continuidade do negócio.

Atrativo

A opção por um sistema tributário mais leve é um atrativo para empreendedores que enfrentam a queda do faturamento, mas é preciso observar alguns aspectos. Ariane Vilhena, analista da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Minas, explica que a transição do MEI para o Simples é natural, assim que o empreendedor extrapola o teto de R$ 60 mil ao ano. Já para fazer o caminho inverso, a opção deve ser feita em janeiro. “O empreendedor também não pode ter dívidas ou pendências.” Em um cálculo rápido, Ariane explica que uma empresa que fatura R$ 5 mil por mês vai pagar R$ 200 em tributos, se fizer parte do Simples; já no sistema do MEI a carga tributária varia de R$ 45 a no máximo R$ 50 por mês.

Nos serviços diários de assistência prestados a proprietários de pequenos empreendimentos em Belo Horizonte, o contador Edvar Dias Campos, que é membro do Conselho de Contabilidade de Minas Gerais, observa a perda de faturamento e o encolhimento da estrutura das empresas. “Muitas pessoas veem no sistema do MEI uma saída pela necessidade de sobrevivência. porque elas não dão conta de pagar o imposto incidente sobe a microempresa”, afirma.

Ainda que permaneçam no comando da microempresa, enxugar a máquina tem sido essencial para enfrentar a crise das vendas. Os irmãos Denise e Sérgio Carneiro, donos de uma ótica em BH, não vacilaram, quando decidiram ir para trás do balcão e assumir quase todas as tarefas no negócio.

Fonte: Estado de Minas

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Silvio Meira

É engenheiro eletrônico (ITA), mestre e doutor em Ciência da Computação. Professor Emérito do CIn-UFPE, foi peça-chave na criação do doutorado em computação da instituição e na formação de mais de 1400 pós-graduados. Fundador do CESAR e do Porto Digital, atua como presidente do conselho de administração do parque tecnológico. À frente da TDS Company, promove inovação e transformação digital em negócios. Reconhecido entre os 20 nomes mais influentes do Brasil em inovação pelo Prêmio iBest 2023.

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Eduardo Amorim

Contador, Especialista em Direito Tributário pela UFPE, Mestre em Gestão Pública pela UFPE; Auditor Fiscal do Estado de Pernambuco; Perito Contador do TATE; Professor Universitário; Vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPE; membro da Academia Pernambucana de Contabilidade.

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Ana Luiza Leite

Julgadora Tributário do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco/TATE, Mestranda em Estado e Regulação pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE, Pós-graduada em Direito Administrativo pela Universidade Anhaguera (UNIDERPI), Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE.

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Fabio Lima

Graduado em Ciências Contábeis, Direito e Administração de Empresas. Trabalhou na PricewaterhouseCoopers Brasil Auditores Independentes entre 1997 e 2004. Atualmente sócio do escritório Ivo Barboza & Advogados, Vice Presidente de Fiscalização e Ética e Disciplina do CRC/PE e Diretor Jurídico do SESCAP.

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Graduado em Ciências Contábeis, Direito, e em Teologia. Pós-graduado em Administração Financeira e em Direito Tributário. É vogal titular da Junta Comercial de Pernambuco (2023-2026). Sócio administrador da empresa RN2 Contabilidade, atuando como consultor de empresas nas áreas contábil, tributária, financeira, trabalhista e de gestão empresarial, bem como perito contábil e assistente técnico em perícias judiciais e extrajudiciais. Atualmente é presidente do Conselho Regional de Contabilidade em Pernambuco.

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Poeta, professor, escritor e repentista pernambucano que combina arte, educação e tradição oral em sua obra. Com sólida atuação em sala de aula, ele inspira alunos e público ao valorizar a cultura regional por meio da poesia improvisada, repentismo e textos autorais. Sua escrita reflete a riqueza do sertão, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o saber popular em múltiplas frentes. Executa ações de planejamento, gestão e operacionalidade de projetos educacionais e sociais por meio do desenvolvimento de ideias e incremento do uso de tecnologias de aprendizado.

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Graduação em Ciências Contábeis na FBV; Mestrado em Ciências Contábeis na UFPE; Doutoranda da FUCAPE; Professora da Pós-Graduação da BSSP; Instrutora do Conselho Regional de Contabilidade e SESCAP; Sócia de Escritório de Contabilidade NUMA - Soluções Contábeis Ltda; Sócia da Empresa Manu de Paula – Auditoria e terceirizações.

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Auditora Fiscal da Receita Federal de 06/93 a 11/24. Membro Comissão Reforma Tributária do CFC. Coordenadora da Comissão da Mulher CRCRN. Coordenadora de MBA Recuperação de Créditos e Revisão Tributária e Co-coordenadora da Especialização em Reforma Tributária da BSSP Pós Graduação. Sócia da BSSP Consulting. Diretora Acadêmica da Faculdade de Gestão BSSP.

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Doutor em Ciências Contábeis pela FUCAPE, Mestre em Ciências Contábeis pela USP-SP, Pós-graduação lato senso em Contabilidade e Controladoria Governamental pela UFPE, graduação em Ciências Contábeis pela UFPE, graduação em Engenharia Mecânica pela UPE. Auditor de Controle Externo do TCE-PE, Professor Assistente da FUCAPE Business School - ES. Autor de artigos e livros de Contabilidade, Orçamento e Custos no Setor Público.

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Mario Sergio Cortella

Nascido em Londrina, no estado do Paraná no Brasil, filósofo e escritor, com Mestrado e Doutorado em Educação, professor-titular aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na qual atuou por 35 anos, com docência e pesquisa na Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião; é professor convidado da Fundação Dom Cabral e foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo. Comentarista de rádio e televisão, tem presença expressiva nas redes sociais, com mais de 24 milhões de seguidores, é autor de 54 livros com edições no Brasil e no exterior.

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Mariane Bigio

É uma entusiasta da palavra. Nasceu pernambucana do Recife, e se tornou Escritora, Contadora de Histórias, Cantora, Compositora e Radialista. Ministra Oficinas de Literatura para crianças, jovens e educadores. Celebra casamentos com poesia e apresenta eventos corporativos e festivais de arte como MC.

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