Crise dificulta que domésticas acessem conquistas da PEC

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Postado por Comunicação CRCPE
04/10/2016

Os direitos conquistados pela PEC das domesticas começaram a valer de fato há um ano atrás, quando o eSocial, sistema da União que gera as guias para pagamento de INSS, FGTS e outros benefícios, começou a funcionar, em outubro de 2015. Doze meses depois, porém, as conquistas comemoradas pelas domesticas não conseguem vencer a concorrência com um mercado afetado pela crise e pelo desemprego.

Segundo última Pnad Contínua do IBGE, o contingente de trabalhadores domésticos diminuiu 2,5% entre junho e agosto deste ano. Em relação ao trimestre de março a maio, representa uma queda de 158 mil pessoas empregadas. Além disso, a pesquisa mostra que o mercado de empregos domésticos estagnou, já que na comparação com o mesmo período de 2015, o número manteve-se estável.

Em edições passadas, a Pnad apontava um crescimento do números de empregadas domésticas no país. Esse movimento está muito ligado a queda do emprego formal. As pessoas estavam voltando para o emprego doméstico e não necessariamente para o emprego de carteira assinada, que se manteve estável nos outros trimestres do ano, explica o coordenador de trabalho e rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, salientando que o crescimento foi entre as profissionais autônomas (as diaristas).  Mas agora, nem a informalidade está conseguindo gerar emprego, avalia.

Vera Lúcia Araujo Santos, 42, sente essa realidade na pele. Ela ficou contratada como doméstica de outubro de 2015 até junho de 2016, quando foi demitida. Estou com duas diárias apenas e ambas de 15 em 15 dias, lamenta. Segundo Vera, a recolocação está difícil. “Venho procurando, em várias reais, já perdi a conta de quantos currículos entreguei. (As pessoas) marcam com a gente, depois ligam desmarcando”. Alegam que não entrou dinheiro, diz.

A aposentada e secretária executiva Andréia Marzano Reis, 52, deixou o emprego em abril deste ano. A empresa onde eu trabalhava convidou os aposentados a saírem e eu optei por isso, conta. Em maio de 2016, abriu mão da doméstica que empregava desde fevereiro de 2015. Com os aumentos dos encargos trabalhistas e minha saída do emprego, ficou pesado.” Meu salário de aposentada  quase a mesma coisa que eu gastava com ela contando os encargos”, conta.

Andréia assumiu todo o trabalho doméstico. Lavo, passo, façoo a faxina. Em todo esse tempo, só chamei uma vez a faxineira. Agora que fiz uma obra, vou chamar outra vez. Mas  só de vez em quando, diz.

Afazeres em casa são divididos
Com a necessidade de abrir mão do trabalho doméstico, as atividades estão sendo divididas. Eu fico com as tarefas da casa, mas meu marido fica com a cozinha. Tanto fazendo a comida como limpando depois, conta Mônica Pacheco de Andrade, 59.
Ela conta que no ano passado o seu salário já havia caído e em março desse ano ela foi dispensada. Sou engenheira e com a crise acabei desempregada, afirma. Com isso, dispensou a empregada doméstica e a mesma profissional passou a trabalhar como diarista em sua casa uma vez por semana. Ela vem para mim e para a minha irmã duas vezes por semana, diz. Para Mônica, o trabalho como diarista pode ser bom, mas peço que ela pague o INSS, para não ficar descoberta, diz. (LP)

LEGISLAÇÃO

Vida melhor para quem manteve emprego doméstico
Para quem conseguiu manter o emprego como doméstica, a nova legislação melhorou a vida. “O que eu mais senti foi o horário. Agora eu tenho hora para entrar e hora para sair”, afirma Viviane Pereira Silvino, 39, que trabalha como doméstica. Ela conta que antes da nova legislação, chegou a trabalhar até 12 horas em um único dia.

Para a advogada trabalhista Adriana Ribeiro Alves do Valle, as dificuldades trazidas pela crise econômica não diminuem a importância das conquistas trazidas pela PEC das domésticas. Não que os abusos não continuem acontecendo, a eficácia e a existência da lei são coisas diferentes. Mas pelo fato de ser uma emenda constitucional, tem um peso maior. Além disso, observo que aumentou a autoestima das domesticas que não se envergonham mais de sua atividade porque têm direitos iguais, afirma Adriana.

A doméstica Deize Aparecida Pereira, 42, concorda. ‘Apesar de trabalhar nesse mercado há muitos anos e já ter carteira assinada antes, agora me sinto mais bem tratada. Com certeza minha autoestima está maior”, conta Deize.
O coordenador do IBGE, Cimar Azeredo pondera, porém, que o emprego doméstico existe em função da desigualdade social. “Em países desenvolvidos ele não existe e quanto mais desigual um país, mais emprego domestico ele tem”, avalia. (LP)

Fonte: O Tempo

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Silvio Meira

É engenheiro eletrônico (ITA), mestre e doutor em Ciência da Computação. Professor Emérito do CIn-UFPE, foi peça-chave na criação do doutorado em computação da instituição e na formação de mais de 1400 pós-graduados. Fundador do CESAR e do Porto Digital, atua como presidente do conselho de administração do parque tecnológico. À frente da TDS Company, promove inovação e transformação digital em negócios. Reconhecido entre os 20 nomes mais influentes do Brasil em inovação pelo Prêmio iBest 2023.

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Eduardo Amorim

Contador, Especialista em Direito Tributário pela UFPE, Mestre em Gestão Pública pela UFPE; Auditor Fiscal do Estado de Pernambuco; Perito Contador do TATE; Professor Universitário; Vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CRCPE; membro da Academia Pernambucana de Contabilidade.

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Ana Luiza Leite

Julgadora Tributário do Tribunal Administrativo Tributário de Pernambuco/TATE, Mestranda em Estado e Regulação pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE, Pós-graduada em Direito Administrativo pela Universidade Anhaguera (UNIDERPI), Bacharela em Direito pela Faculdade de Direito do Recife/UFPE.

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Fabio Lima

Graduado em Ciências Contábeis, Direito e Administração de Empresas. Trabalhou na PricewaterhouseCoopers Brasil Auditores Independentes entre 1997 e 2004. Atualmente sócio do escritório Ivo Barboza & Advogados, Vice Presidente de Fiscalização e Ética e Disciplina do CRC/PE e Diretor Jurídico do SESCAP.

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Graduado em Ciências Contábeis, Direito, e em Teologia. Pós-graduado em Administração Financeira e em Direito Tributário. É vogal titular da Junta Comercial de Pernambuco (2023-2026). Sócio administrador da empresa RN2 Contabilidade, atuando como consultor de empresas nas áreas contábil, tributária, financeira, trabalhista e de gestão empresarial, bem como perito contábil e assistente técnico em perícias judiciais e extrajudiciais. Atualmente é presidente do Conselho Regional de Contabilidade em Pernambuco.

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Poeta, professor, escritor e repentista pernambucano que combina arte, educação e tradição oral em sua obra. Com sólida atuação em sala de aula, ele inspira alunos e público ao valorizar a cultura regional por meio da poesia improvisada, repentismo e textos autorais. Sua escrita reflete a riqueza do sertão, fortalecendo a identidade cultural e promovendo o saber popular em múltiplas frentes. Executa ações de planejamento, gestão e operacionalidade de projetos educacionais e sociais por meio do desenvolvimento de ideias e incremento do uso de tecnologias de aprendizado.

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Graduação em Ciências Contábeis na FBV; Mestrado em Ciências Contábeis na UFPE; Doutoranda da FUCAPE; Professora da Pós-Graduação da BSSP; Instrutora do Conselho Regional de Contabilidade e SESCAP; Sócia de Escritório de Contabilidade NUMA - Soluções Contábeis Ltda; Sócia da Empresa Manu de Paula – Auditoria e terceirizações.

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Auditora Fiscal da Receita Federal de 06/93 a 11/24. Membro Comissão Reforma Tributária do CFC. Coordenadora da Comissão da Mulher CRCRN. Coordenadora de MBA Recuperação de Créditos e Revisão Tributária e Co-coordenadora da Especialização em Reforma Tributária da BSSP Pós Graduação. Sócia da BSSP Consulting. Diretora Acadêmica da Faculdade de Gestão BSSP.

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Doutor em Ciências Contábeis pela FUCAPE, Mestre em Ciências Contábeis pela USP-SP, Pós-graduação lato senso em Contabilidade e Controladoria Governamental pela UFPE, graduação em Ciências Contábeis pela UFPE, graduação em Engenharia Mecânica pela UPE. Auditor de Controle Externo do TCE-PE, Professor Assistente da FUCAPE Business School - ES. Autor de artigos e livros de Contabilidade, Orçamento e Custos no Setor Público.

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Contador e auditor tributário aposentado do Estado de Pernambuco. Mestre em Gestão para o Desenvolvimento do Nordeste, é professor assistente da UFPE, com especializações em Administração Financeira, Auditoria Pública e Gestão para o Desenvolvimento. Atua como consultor, perito e palestrante nas áreas de contabilidade pública e gestão fiscal, sendo reconhecido pela sólida contribuição ao fortalecimento das finanças públicas no Brasil.

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Mario Sergio Cortella

Nascido em Londrina, no estado do Paraná no Brasil, filósofo e escritor, com Mestrado e Doutorado em Educação, professor-titular aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na qual atuou por 35 anos, com docência e pesquisa na Pós-Graduação em Educação e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião; é professor convidado da Fundação Dom Cabral e foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo. Comentarista de rádio e televisão, tem presença expressiva nas redes sociais, com mais de 24 milhões de seguidores, é autor de 54 livros com edições no Brasil e no exterior.

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Mariane Bigio

É uma entusiasta da palavra. Nasceu pernambucana do Recife, e se tornou Escritora, Contadora de Histórias, Cantora, Compositora e Radialista. Ministra Oficinas de Literatura para crianças, jovens e educadores. Celebra casamentos com poesia e apresenta eventos corporativos e festivais de arte como MC.

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